Publicamos abaixo as obras de Chico de Oliveira na Biblioteca Celso Furtado:
OLIVEIRA, Francisco de. Brasil: uma biografia não autorizada. São Paulo: Boitempo, 2018.
______ et al. Que país queremos? Propostas de desenvolvimento para o Brasil. Rio de Janeiro: Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, 2010.
______. Processo de singularidades. Estadão, São Paulo, 24 jun. 2010.
______. A navegação venturosa: ensaios sobre Celso Furtado. São Paulo: Boitempo, 2003.
______. Crítica à razão dualista - O ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003.
______ . O elo perdido: classe e identidade de classe na Bahia. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003. (História do Povo Brasileiro).
______ et al. Razões e ficcões do desenvolvimento. São Paulo: UNESP: EDUSP, 2001.
______. Os sentidos da democracia: políticas do dissenso e hegemonia global. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
______; STÉDILE, João Pedro; GENOINO, José. Classes sociais em mudança e a luta pelo socialismo. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000. (Col. Socialismo em discussão).
______ et al. Pós-neoliberalismo II: que Estado para que democracia?. Petrópolis: Vozes, 1999. (Col. A outra margem).
______. Viagem ao olho do furacão: Celso Furtado e o desafio do pensamento autoritário brasileiro. São Paulo: 1997.
______ et al. Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
______. Elegia para uma re(li)gião: SUDENE, Nordeste, planejamento e conflitos de classes. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. (Estudos sobre o Nordeste; 1).
______. A economia da dependência imperfeita. Rio de Janeiro: Graal, 1977. (Biblioteca de economia; 1).
______; SÁ JÚNIOR, Francisco. Questionando a economia brasileira. Rio de Janeiro: CEBRAP, 1975. (Seleções Cebrap ; 1).
______; BANCAL, Jean. L’économie des sociologues: objet et projet de la sociologie économique. Paris: Presses Universitaires de France, 1974. (Col. Sociologie d´aujourd´hui).
Nota do site Brasil de Fato
Morreu na manhã desta quinta-feira (10) o sociólogo recifense radicado em São Paulo, Francisco Maria Cavalcanti de Oliveira, mais conhecido como Chico de Oliveira.
A informação foi confirmada pelo colega e sociólogo Ruy Braga, nas redes sociais: "Chico de Oliveira nos deixou essa madrugada. Semana passada visitei-o no hospital e ele pareceu-me animado e falante. Combinamos uma conversa pra essa semana sobre o novo projeto do Cenedic. Infelizmente, esse papo não acontecerá. Quanta tristeza. Que perda", postou em sua página no Facebook.
Quem foi Chico?
Ele nasceu em 1933, em Recife, Pernambuco, onde também se graduou em Ciências Sociais e trabalhou na Sudene, com Celso Furtado. Com o golpe militar de 1964, passa dois meses preso e se muda para o Rio de Janeiro.
Professor titular aposentado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), Oliveira foi agraciado com o Prêmio Jabuti, na categoria Ciências Humanas, pelo livro Crítica à razão dualista/O ornitorrinco, publicado pela editora Boitempo. Seu último livro Brasil: Uma Biografia Não Autorizada”, é uma coletânea que traz textos inéditos e artigos publicados nos anos recentes.
Ele também foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e compôs a 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro, instituída pelo PT em 1981, antecessora da Fundação Perseu Abramo.
Em 2003, ele rompeu com o PT, por conta de divergências com algumas posturas "reformistas" adotadas por Lula em seu primeiro mandato e se filiou ao PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Seguiu bastante crítico aos governos petistas, mas reconheceu que o partido "cumpriu uma missão" e que a prisão do ex-presidente "tem forte caráter político".
O sociólogo também recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelo instituto de Economia da UFRJ, e em 2010, da Universidade Federal da Paraíba. Desde 2008, é professor emérito da FFLCH-USP.
O velório será realizado nesta tarde, no Salão Nobre da FFLCH, que fica à Rua do Lago, 717.
***
“A tese célebre da 'Crítica à razão dualista' dizia algo inusitado sobre o padrão primitivo da agricultura brasileira da época, bem como sobre a peculiar persistência de formas de economia de subsistência no âmbito da cidade grande (...). Para o Autor, contrariando o senso comum, estes não eram vestígios do passado, mas partes funcionais do desenvolvimento moderno do país, uma vez que contribuíam para o baixo custo da mão de obra em que se apoiava a nossa acumulação. O lance era dialético e de mestre, com repercussão em duas frentes. Por um lado, a responsabilidade pelo teor precário da vida popular era atribuída à dinâmica nova do capitalismo, ou seja, ao funcionamento contemporâneo da sociedade, não à herança arcaica que arrastamos, mas que não nos diz respeito. Por outro, essa mesma precariedade era essencial à acumulação econômica (...) era preciso reconhecê-la como parte de um processo acelerado de desenvolvimento. No curso do qual a pobreza quase desvalida se elevaria ao salário decente e à cidadania, e o país conquistaria nova situação internacional. A pobreza e a sua superação eram a nossa chance histórica!”
“Chico é um mestre da dialética.”
Roberto Schwartz. “Prefácio com perguntas”, in “Crítica à razão dualista. O ornitorrinco” 2003.