Celso Furtado, 1979. |
Celso Furtado nasceu em Pombal, sertão paraibano, em 1920. Seu pai, advogado e professor, tinha uma vasta biblioteca de história, literatura e direito. Na adolescência, despertou para a história, sua primeira paixão. Nos anos 1940, formou-se em direito, na Universidade do Brasil, e entrou para o serviço público como técnico de administração e de organização. Ampliou-se assim o leque de leituras do jovem de espírito aberto e curioso, que passaria a abarcar os clássicos da teoria de administração e organização, as obras jurídicas e de ciências sociais. E, sempre, a literatura, de que foi ávido e permanente leitor até a véspera de sua morte, quando relia o Contraponto, de Aldous Huxley.
Em 1947 e 1948, fazendo seu doutorado na Universidade de Paris-Sorbonne, iniciou as leituras sistemáticas de economia. E, também, das obras de Marx, estudadas no Institut des Sciences Politiques. Em 1949, foi para Santiago do Chile integrar a equipe fundadora da CEPAL, quando desabrocharia e se firmaria o interesse que moveu toda a sua atividade futura de intelectual, professor e homem público: entender o Brasil, buscar as raízes do subdesenvolvimento, elaborar uma teoria do desenvolvimento.
Forçado ao exílio em 1964, em seguida ao golpe militar que cassou seus direitos políticos, Celso Furtado instalou-se em Paris, onde foi professor da Sorbonne por vinte anos. Também lecionou economia do desenvolvimento, economia latino-americana e economia internacional nas universidades de Cambridge, Yale, American e Columbia. A economia, em todas as suas vertentes, está amplamente presente no acervo e no catálogo on line da Biblioteca. Celso Furtado foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, em 1997, e da Academia Brasileira de Ciências, em 2003.
Em 20 de novembro de 2004, falece em sua casa no Rio de Janeiro, de parada cardíaca. O presidente Lula decreta luto oficial por três dias.