NUNES, António José Avelãs. O estado capitalista e as suasmáscaras. 3. ed., rev. Coimbra: Avante!, 2013. 445 p.
Sinopse: “Sabemos que o estado social se concretizou em determinadas condições históricas que obrigaram a recorrer ao engenho criativo para salvar o capitalismo. Como se compreende que ele esteja agora na mira de todos os defensores do capitalismo (conservadores e sociais democratas), olhado como uma terrível doença sobre a qual se atiram todas as culpas da pouca saúde do sistema?
“Sabemos também que, após a Segunda Guerra Mundial, a social democracia europeia fez do estado social de matriz keynesiana o núcleo central do seu projeto reformista, a ponto de ‘matar’ a alternativa socialista, porque o estado social, no contexto de uma economia social de mercado (ou economia de mercado regulada), já era mais socialismo do que capitalismo. Como se compreende que também ela (e não só a terceira via blairista, mas, na prática, todas as vias da social democracia europeia) tenha acabado por desvalorizar o estado social, atuando de modo a reduzi-lo à caricatura de uma espécie de estado social mínimo?
“As minhas reflexões levaram-me a aprofundar a análise de uma problemática que há muito me interessava, a problemática do papel do estado (do estado capitalista), ao longo dos dois séculos e meio da história do capitalismo.”
NUNES, António José Avelãs. A crise do capitalismo: capitalismo, neoliberalismo, globalização. 6. ed. Coimbra: Página a Página, 2013. 300 p.
Sinopse: O autor começa por explicar como é que, a partir da contrarrevolução monetarista, se instalou por todo o mundo o império do capital financeiro, que impôs a livre circulação de capitais e a liberdade de criação de produtos financeiros, abrindo o caminho para a instalação do capitalismo de casino e entregando as famílias, as empresas e os estados nas mãos dos mercados, isto é, nas mãos dos especuladores, "a AIDS da economia mundial". Analisa em seguida como a supremacia do capital financeiro sobre o capital produtivo se traduziu na financeirização da economia, na deslocalização de empresas a partir dos países mais industrializados do mundo capitalista e na desindustrialização destes mesmos países, ao mesmo tempo que o capital financeiro descobriu um modo autônomo de obter lucros a curto prazo com base nas atividades especulativas, à custa da produção e do emprego. Outra preocupação do autor é mostrar a contribuição da política de globalização neoliberal para o desencadear da crise financeira, que começou nos EUA e rapidamente se alastrou para outras partes do mundo, transformando-se rapidamente em crise econômica, em crise fiscal e em crise social, nomeadamente na Europa. Mas a linha fundamental de explicação da crise liga-a às contradições do próprio sistema, que, reagindo contra a tendência para a baixa das taxas de lucro, agravou as condições de vida dos trabalhadores e potenciou a ocorrência de crises de realização da mais-valia (característica essencial das crises de sobreprodução do capitalismo). É dada atenção especial às dificuldades da União Europeia em lidar com situações de crise, dado o enfeudamento das estruturas orgânicas e políticas às concepções neoliberais mais fundamentalistas. É feita uma análise mais fina da situação dos países europeus afetados pela chamada crise das dívidas soberanas.