Boletim n.23

 

D'AGUIAR, Rosa Freire. Memória de tradutora. Florianópolis: UFSC. Núcleo de Tradução, 2004. 110 p. (Coleção Memória do Livro, 4).

 

Se não existissem os tradutores nunca teríamos ouvido falar em Ana Karenina, Ema Bovary ou Penélope, não saberíamos o que fizeram Sancho Pança, Alice ou o rei Salomão, nem o que significa o adjetivo "kafkiano" que utilizamos para dizer os absurdos de nosso cotidiano. Não seríamos, portanto, o que somos. Devemos a eles a descoberta dos feitos, segredos e escritos do passado, e no entanto já nem prestamos atenção à pilha de traduções que são nosso dia-a-dia [...] e assinalam necessariamente a presença de um tradutor que trabalhou à sombra de nosso saber. Ele existe e nós o ignoramos, dependemos dele e desconhecemos seu nome.

 

 

 

 

 

SALAMA, Pierre. O desafio das desigualdades: América Latina/ Ásia: uma comparação econômica. Tradução: Wilson F. Menezes. São Paulo: Perspectiva, 2011. 269 p. (Coleção Estudos; 287).

 

Sinopse 

A questão do desenvolvimento econômico passa pelo problema da desigualdade, mas não de forma linear: é uma estrada tortuosa, precária, perigosa e, em grande medida, desconhecida. Porque, muitas vezes, essa relação é conflituosa e perversa, e o esforço de manter esse processo em nível elevado gera distorções macabras na pirâmide social, aumentando a concentração de renda no topo e agravando a miséria na base. O ajuste das políticas econômicas que possam dosar em tempo e intensidade os padrões de crescimento é delicado, incerto e muito dependente de fatores externos. A economia é um jogo que envolve poder, interesses, ansiedade e erro, pois exige uma gestão política consistente, às vezes audaciosa, com muitos enfrentamentos e resultados que ficam normalmente aquém das melhores expectativas. Sendo parte desse jogo complexo e turbulento, com atores de muito peso, uma receita que dá certo em determinado momento e lugar pode resultar em fracasso em outro.
É o que O Desafio das Desigualdades demonstra cabalmente. Aceitando o repto, Pierre Salama o esmiuça com rigor e profundidade no seu estudo inovador que a editora Perspectiva traz ao público de língua portuguesa. Ao comparar os processos econômicos de Ásia e América Latina, a questão mais candente e, decerto, mais vital, salta à luz da análise e ressalta os meios de se atingir um grau pleno de desenvolvimento, ao mesmo tempo econômico e social, capaz de manter e garantir estabilidade e oportunidades de ascensão a todos os cidadãos.

 

 

 

 

 

 

 

 

Lançamento da revista Cadernos do Desenvolvimento, números 17 e 18, que ocorreu, dia 28 de junho de 2016, no Instituto de Economia da UFRJ. O debate “Intérpretes do pensamento desenvolvimentista” contou com a participação dos entrevistados Pierre Salama (prof. Emérito da Universidade de Paris-13) e Roberto Saturnino Braga (Diretor-Presidente do Centro Celso Furtado), do Prof. David Kupfer (diretor do IE-UFRJ), Rosa Freire d’Aguiar (Conselho Deliberativo do Centro Celso Furtado) e dos professores da UFRJ, Luiz Carlos Delorme Prado e Ricardo Bielschowsky.
Nos próximos dias, o vídeo do evento será disponibilizado no site do Centro Celso Furtado e em suas redes sociais.